O mundo é um lugar cheio de riscos, linhas tortas, rabiscos. Os perigos são inúmeros, dá medo sair de casa. Carros, ônibus, fumaça, desilusão, mágoas. As frustrações das pessoas em fones de ouvido com fios brancos.
O mundo é um lugar frio e cruel, com seus horizontes restritos em prédios, chaminés e helicópteros. A pressa de todos. O tempo todo. A falta de tempo. Um segundo perdido não se pode recuperar.
Os meios justificam os fins, os meios já são os fins, na distorção de realidade que criamos como necessidade para nossos corpos. As cores já não geram poesias, geram apenas diferenças, preferências, hábitos, atitudes.
O vazio toma conta dos segundos que deveríamos usar para olharmos para dentro de nós mesmos. Um vazio sem ecos, puro vácuo. Os telefones tocam, as pessoas falam mais do que precisam, o tempo todo, sobre a falta de tempo.
Tem que ser agora. Tem que ser por este preço, senão a frustração aumenta, consome, até o próximo consumo. No consumo o sorriso de felicidade vazia e fugaz: consegui! Agora eu tenho. Agora eu posso. Agora eu sou.
Somos aquilo que temos ou temos aquilo que somos? Temos aquilo que podemos, ou somente o que precisamos ter? Temos mais do que muitos, e muitos não têm o que comer. Somos mesmo tudo o que podemos ser? Ou queremos apenas ser mais do que devemos?
Olhares perdidos, óculos escuros, gírias coloridas, pensamentos escusos. A propaganda é a alma, vamos vender as nossas almas. O deus-moeda abre os braços, ganância e descompasso. Desconfio que não era esse o plano original.
E os deuses que criamos, vão nos abandonando...
O mundo é um lugar frio e cruel, com seus horizontes restritos em prédios, chaminés e helicópteros. A pressa de todos. O tempo todo. A falta de tempo. Um segundo perdido não se pode recuperar.
Os meios justificam os fins, os meios já são os fins, na distorção de realidade que criamos como necessidade para nossos corpos. As cores já não geram poesias, geram apenas diferenças, preferências, hábitos, atitudes.
O vazio toma conta dos segundos que deveríamos usar para olharmos para dentro de nós mesmos. Um vazio sem ecos, puro vácuo. Os telefones tocam, as pessoas falam mais do que precisam, o tempo todo, sobre a falta de tempo.
Tem que ser agora. Tem que ser por este preço, senão a frustração aumenta, consome, até o próximo consumo. No consumo o sorriso de felicidade vazia e fugaz: consegui! Agora eu tenho. Agora eu posso. Agora eu sou.
Somos aquilo que temos ou temos aquilo que somos? Temos aquilo que podemos, ou somente o que precisamos ter? Temos mais do que muitos, e muitos não têm o que comer. Somos mesmo tudo o que podemos ser? Ou queremos apenas ser mais do que devemos?
Olhares perdidos, óculos escuros, gírias coloridas, pensamentos escusos. A propaganda é a alma, vamos vender as nossas almas. O deus-moeda abre os braços, ganância e descompasso. Desconfio que não era esse o plano original.
E os deuses que criamos, vão nos abandonando...