sábado, 31 de julho de 2010

Igual, diferente, tanto faz...

Está tudo igual. As cortinas, os tapetes, o sol na sua posição habitual para essa época do ano. A quietude, com seus cantos de pássaros, o ponteiro do relógio, as revistas, os livros, os quadros. Está tudo igual. Simplesmente como antes. Da mesma forma em que tudo foi deixado, de um jeito cuidadosamente descuidado. Os móveis que não combinam, as paredes levemente manchadas. As lembranças de outros dias ecoando pelos cantos quase sem poeira, quase limpos, quase tudo... do mesmo jeito.

Está tudo diferente. Todas as cores mudaram suas nuances e seus brilhos, suas aparências enganosas e tão frágeis. Está tudo tão diferente desde então, quando todos os sonhos eram claros, cristalinos, bem diferentes dos borrões disformes de hoje. O hoje... com suas sombrias verdades escondidas sob escombros que mais parecem louça suja na pia, porém cuidadosamente organizada, só para não dar a impressão de uma grande confusão. A confusão, com tanto ruído e pouca demonstração de compaixão ou cumplicidade, tanto conteúdo agressivo e tanto... Vazio.

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