A água corre, sem pressa, sem dar bola para o que vai encontrar pela frente. Leva o peixe, leva o barco, leva o céu refletido em si. Leva tudo o que aparece em seu caminho.
Mas quando encontra o muro, ou a comporta, nem sempre se comporta. Procura as brechas, as rachaduras, os vãos. Procura até que acha, e passa, pouco a pouco, de gota em gota.
Mas, se quiser, pode passar com tudo. Derrubar, espalhar, afogar. Fazer sumir o que estava no mapa. Rola a pedra, remexe a areia, derruba as pontes. Vai com toda força.
A água é a paciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário