segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Algumas pequenas coisas dos pequenos deuses

Nos caminhos das ruas de solidão e quietude, mapas traçados de passos, pontilhados de riscos, dores e risos. Anos de vida, percorridos em dias de idas e vindas, encontros e despedidas.

Nas perguntas sem respostas, nos sorrisos infantis. Muito cuidado, todo o cuidado com os sentimentos febris, móveis, lembranças, quintal e jardim. Passos em nuvens juvenis.

Quanto tempo ainda nos resta é o mistério quem conta, é tempo contado, fogo sem ponta. É palavra cruzada, desafio de gibi, Turma da Mônica. Chiclé de bola, anos que a vida desmonta.

Dentro das coisas que vemos, sentimos, vivemos, herdamos. O que temos por dentro são folhas no vento, levadas embora, de repente nem nos importamos. Não, não sabemos para onde vamos.

Nessas noites sem fim, nesses sonhos sem fim... Nas histórias sem fim. Podemos ser todos o que gostaríamos de ser, enfim. E, quem sabe, podemos ter o que achamos merecer antes do fim...

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Exatas e Humanas

No som do canto dos pássaros está a matemática que traz a tranquilidade para a alma. Na lousa as fómulas, cálculos, ângulos. Formas geométricas de conversas e risinhos, convergindo, divergindo, tangentes. Conversa paralela. Seres humanos estudando o horizonte beijado pelo sol de fim de tarde. É verão.

Os átomos se chocam em movimentos orquestrados, formando, desintegrando, explodindo, reagrupando. Velocidade, massa, órbita, cometa, planeta, estrela. Hélio beijando metano, fulana beijando beltrano. Hidrogênio, nitrogênio. Água. Ser humano.

Nas ruas passeiam os poetas concretistas, ou pintores amadores. Gênios capazes de dar forma à pedra ou madeira. Engenheiros das palavras escolhidas a dedo para causar suspense, lágrimas, sorrisos, qualquer coisa que queiram.

E com muita surpresa nota-se que nas formas loucas das pinceladas, na construção da poesia, ou até no vôo da bailarina. É incrível, mas até mesmo no simples ato de sentar-se e passar as horas pensando, analisando, filosofando. Dentro disso tudo, escondida quase acidentalmente, podemos vê-la: a exatidão.

E descobrimos que jamais viveremos um sem o outro...

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Sintomas das cores

Na vida todo cuidado é pouco: a vigilância deve ser constante. Melhores amigos podem ser cruéis inimigos, por conveniência ou reação. Mas não há inimigo pior que seu próprio "eu". Quando você se torna seu próprio inimigo suas chances de sucesso desaparecem, nada mais dá certo. Porque você é um dos poucos que conhecem suas maiores fraquezas, e suas fortalezas. E isso, para o inimigo, é um prato cheio.

Portanto, vigiar é a ordem. Observar atentamente, ler nas entrelinhas. Não adianta escolher quem vai ou não ser amigo. Nos dias atuais a lealdade mudou de nome, virou interesse. Portanto, é preciso vigiar a si mesmo, para não cometer a loucura de trair-se. É preciso fé e força de vontade para não ser sugado rumo ao interesse material, para o agrado das forças exercidas pela sociedade deturpada que nos cerca.

Todo poder neste mundo é efêmero. Assim como todas as posses e paixões, bondades e traições. Tudo é muito passageiro, e passa muito rápido, ultimamente. No final há o encontro com a sua consciência, que é juiza, e justa. Frente a ela não basta argumentação, justificativa ou coisa do gênero. A consciência é juíza, julga, condena ou absolve. E não há nada que possamos fazer para interromper este processo.

A cada dia uma nova pincelada no Pequeno Quadro, uma nova cor, uma nova sombra. As formas variam, a intensidade impressiona, a suavidade reconforta. O Pequeno Quadro se encaixa no Grande, que por sua vez é o resultado contínuo da Pintura Eterna. Temos a chance de fazer um Pequeno Quadro bonito, que se encaixe com leveza no Grande. A pergunta é: é isso mesmo que estamos fazendo?

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Sobre o falastrão e o jogo das palavras

Aquele que afirma ter compromisso com a verdade é apenas um falastrão. A verdade deve fazer parte do caráter naturalmente e, o compromisso, devemos assumir com nossos semelhantes.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Lição

É preciso temer verdadeiramente aqueles que consideramos aliados, e não os inimigos, pois nesses últimos não depositamos nossa confiança.