Se quisermos ver germinar, precisamos plantar, regar, cuidar, acompanhar.
A volta ao passado pode trazer revelações importantes ao presente, que é o momento em que escrevemos o futuro que logo se tornará o grande livro de nossa história.
A reflexão e o retorno à essência podem tornar-se respostas para as questões que fazemos a nós mesmos quando conseguimos escapar da dispersão e olhar no espelho.
O tempo anda em círculos cada vez mais velozes e constritos, como nós que se apertam, querendo nos levar de volta ao ponto em que nos percebemos vivos e plenos.
É claro o fato de que todos nos perdemos nas caminhadas, por vários motivos, em várias ocasiões, nos distanciando do caminho original e nos esquecendo de quem somos.
Mas ainda somos as crianças que fomos, apenas ficamos maiores. Nenhum fato pode ser trazido de volta, mas podemos fazer coisas novas com o mesmo frescor.
Basta vontade verdadeira. E tudo será diferente e bom novamente.
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Dez e quinze
Às voltas com um mundo em constante mudança nós seguimos caminhos divergentes, convergentes, intransigentes. E vão se modificando os ventos, as chuvas, as cores, as dores. O mundo, em suas voltas, volta-se contra nós.
Mas isso é apenas reação, o problema é a ação. O problema é o que ignoramos dentre as coisas com as quais nos importamos. O problema é o que nos tornamos. Cada um em seu universo, restrito a si mesmo, relacionando-se a esmo.
E enquanto o tempo finge-se passando, mas em verdade se atropelando, vai empurrando para o passado mesmo o que ficou inacabado, sem cuidado. Para trás vai ficando o diálogo calado, mendigando trocado.
Mas isso é apenas reação, o problema é a ação. O problema é o que ignoramos dentre as coisas com as quais nos importamos. O problema é o que nos tornamos. Cada um em seu universo, restrito a si mesmo, relacionando-se a esmo.
E enquanto o tempo finge-se passando, mas em verdade se atropelando, vai empurrando para o passado mesmo o que ficou inacabado, sem cuidado. Para trás vai ficando o diálogo calado, mendigando trocado.
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Breve reflexão
Dizem que amor é recurso infinito, dado de bom grado a quem se deseja, de formas diferentes, de formas iguais, independe de como se entende, seus caminhos sempre são naturais.
Então é possível amar várias pessoas de uma mesma maneira, ou de várias maneiras amar uma pessoa. O que faz a diferença é o compromisso, que assim que assumido, transforma a coisa toda.
Será que esta é a origem de todo o nosso egoísmo?
Então é possível amar várias pessoas de uma mesma maneira, ou de várias maneiras amar uma pessoa. O que faz a diferença é o compromisso, que assim que assumido, transforma a coisa toda.
Será que esta é a origem de todo o nosso egoísmo?
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
Texto-tema
Prove pra mim que o Universo é acidente ou que o condenado mente, vendo-se diante da forca. Prove que as cores não existem e que os desistentes insistem. Prove que nossa fé não é pouca.
Prove que os ventos não sopram ou que os políticos não roubam. Prove que não somos idiotas, e que todos neste país são verdadeiros patriotas.
Prove que Deus é pura invenção, e que somos frutos do mero acaso. Prove que de algumas rimas não se faz uma canção. Prove que a planta só vive no vaso.
Prove que não há vida em outros planetas, e que estamos sozinhos aqui, entregues a um pobre destino que só é conhecido quando chegamos ao fim.
Prove que o nada existe, e que este não faz parte de um todo: o todo que é tudo que está dentro de ti. Prove pra nós, prove pra mim.
Fique à vontade, faça-se otário: tente provar o contrário.
Prove que os ventos não sopram ou que os políticos não roubam. Prove que não somos idiotas, e que todos neste país são verdadeiros patriotas.
Prove que Deus é pura invenção, e que somos frutos do mero acaso. Prove que de algumas rimas não se faz uma canção. Prove que a planta só vive no vaso.
Prove que não há vida em outros planetas, e que estamos sozinhos aqui, entregues a um pobre destino que só é conhecido quando chegamos ao fim.
Prove que o nada existe, e que este não faz parte de um todo: o todo que é tudo que está dentro de ti. Prove pra nós, prove pra mim.
Fique à vontade, faça-se otário: tente provar o contrário.
Menos do mesmo
Mudanças assustam porque quebram as rotinas, desestabilizam a preguiça, nos obrigam a levantar. Dão novas cores ao velho filme do dia a dia, permitem novas aventuras, nos fazem crescer. Muito melhor do que o cinzento ritual de cada dia, as mesmas mesas, as mesmas vozes, as mesmas caras. O mesmo tudo do nada diário, o mesmo vazio ordinário. Sim, a mudança merece acontecer.
E se não houver otimismo vamos todos mergulhar no ostracismo, é preciso coragem para obter a vantagem que é sonhar com o dia seguinte. Sem isso é melhor nem começar.
A grande diferença entre uma coisa e outra é o ponto de vista, a forma de enxergar. Quando o cenário não é otimista é preciso inovar. É preciso encontrar um novo caminho, a inércia deve ser contradita. Existem muitos caminhos a explorar. Há conforto em dizer não àquilo que atrapalha, assim como àquilo que atrasa. O “não” é elemento indispensável, não deve ser ignorado, é preciso que se escolha um lado.
Esquecer os medos infundados de um amanhã incerto é a única chance que temos para viver com mais alegria, mais energia. A acomodação doentia é apenas atalho para uma vida vazia.
Que venha o amanhã.
E se não houver otimismo vamos todos mergulhar no ostracismo, é preciso coragem para obter a vantagem que é sonhar com o dia seguinte. Sem isso é melhor nem começar.
A grande diferença entre uma coisa e outra é o ponto de vista, a forma de enxergar. Quando o cenário não é otimista é preciso inovar. É preciso encontrar um novo caminho, a inércia deve ser contradita. Existem muitos caminhos a explorar. Há conforto em dizer não àquilo que atrapalha, assim como àquilo que atrasa. O “não” é elemento indispensável, não deve ser ignorado, é preciso que se escolha um lado.
Esquecer os medos infundados de um amanhã incerto é a única chance que temos para viver com mais alegria, mais energia. A acomodação doentia é apenas atalho para uma vida vazia.
Que venha o amanhã.
domingo, 20 de setembro de 2009
Solidão não é solitude
A peça vivida, os textos falados, as lágrimas corridas, o amor tão esperado. Nota-se o tempo passando, a inocência morrendo, os erros cansando, o corpo sofrendo. Mas parece difícil enxergar a essência daquilo que corrói, o detalhe que destrói, e o vazio que tanto dói.
São tantos defeitos para os olhos aflitos, sentimentos tão esquisitos, não tem muita explicação. Ninguém deseja que tal bomba detone, libertando essa maldade insone que consome o coração.
Sempre desejamos palavras bonitas, mas nem tudo nesta vida consegue se esconder do mal. As mais belas notas são as que soam tristes, as palavras mais belas as que instigam conflito. Mas ninguém deseja um dedo em riste, ou feridas abertas a grito.
Não há carga que não possamos carregar, nem erros que não possamos corrigir. A Verdade vem se apossar e não é possível resistir. Embora não haja interrogatório, as respostas escapam, no vai e vem de um julgamento transitório, e então os detalhes se destacam.
São tantos defeitos para os olhos aflitos, sentimentos tão esquisitos, não tem muita explicação. Ninguém deseja que tal bomba detone, libertando essa maldade insone que consome o coração.
Sempre desejamos palavras bonitas, mas nem tudo nesta vida consegue se esconder do mal. As mais belas notas são as que soam tristes, as palavras mais belas as que instigam conflito. Mas ninguém deseja um dedo em riste, ou feridas abertas a grito.
Não há carga que não possamos carregar, nem erros que não possamos corrigir. A Verdade vem se apossar e não é possível resistir. Embora não haja interrogatório, as respostas escapam, no vai e vem de um julgamento transitório, e então os detalhes se destacam.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Cotidiano
Não existe otimismo desperdiçado na aventura do nosso cotidiano. Os dias nascem ensolarados, mesmo quando não podemos sentir o calor do sol ou perceber cores além das variações de cinza. E cada dia, um novo desafio, uma nova aventura.
Os caminhos devem sempre levar à liberdade, com equilíbrio, um passo de cada vez, mas cada vez mais distante do primeiro passo. Que este fique para trás, como lembrança, cada vez mais para trás. E, se não houver caminho visível, é indicado trilhar um novo.
E é muito fácil: basta empregar coisas que levamos dentro de nós, como vontade, desejo, esforço, esperança. Coisas que nascem conosco, e que não necessitam de aprendizado. Apenas de liberdade. A mesma liberdade de que todos nós precisamos.
Os caminhos devem sempre levar à liberdade, com equilíbrio, um passo de cada vez, mas cada vez mais distante do primeiro passo. Que este fique para trás, como lembrança, cada vez mais para trás. E, se não houver caminho visível, é indicado trilhar um novo.
E é muito fácil: basta empregar coisas que levamos dentro de nós, como vontade, desejo, esforço, esperança. Coisas que nascem conosco, e que não necessitam de aprendizado. Apenas de liberdade. A mesma liberdade de que todos nós precisamos.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Mudanças...
Em tempos tão conturbados parece até estranho, ou mero exagero, fazer planos para daqui alguns meses. Pensar em alguns anos, então, parece absurdo. Será que é porque o tempo está passando mais rápido que o normal?
Em dias tão curtos e difíceis parece pecado pensar em ter tempo livre para não fazer nada. Mas as pessoas se esquecem que ”fazer nada” é absolutamente impossível: a mente jamais pára de funcionar enquanto há vida pulsando no corpo.
Portanto, tempo livre não é livre, é libertador: faz voar longe o pensamento, o que faz um grande bem para a alma, leva a descobertas, autoconhecimento. Portanto é preciso ignorar a culpa que nos empurram aqueles que têm preguiça de pensar.
Em tempos tão conturbados é uma benção ter a oportunidade de parar, pensar, sonhar, traçar, realizar. É uma oportunidade única, para ser agarrada e plenamente aproveitada. Então nada de culpa, remorso, preocupação. A mudança é uma das Grandes Leis.
E foi criada a nosso favor.
Em dias tão curtos e difíceis parece pecado pensar em ter tempo livre para não fazer nada. Mas as pessoas se esquecem que ”fazer nada” é absolutamente impossível: a mente jamais pára de funcionar enquanto há vida pulsando no corpo.
Portanto, tempo livre não é livre, é libertador: faz voar longe o pensamento, o que faz um grande bem para a alma, leva a descobertas, autoconhecimento. Portanto é preciso ignorar a culpa que nos empurram aqueles que têm preguiça de pensar.
Em tempos tão conturbados é uma benção ter a oportunidade de parar, pensar, sonhar, traçar, realizar. É uma oportunidade única, para ser agarrada e plenamente aproveitada. Então nada de culpa, remorso, preocupação. A mudança é uma das Grandes Leis.
E foi criada a nosso favor.
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
Vinte anos...
É muito, muito difícil deixar para trás velhos hábitos, hábitos quase tão velhos quanto nós. Hábitos que nem nos lembramos mais quando foi que começamos a cultivar. É como se pedaços de nós se espalhassem pelos caminhos que percorremos, insistindo em permanecer vivos como partes de nós, mas separados, arrancados à força.
Ficam pelos caminhos, nos desfalcando em vazios de ecos de erros passados, e erros que ainda estão por vir, e que fatalmente virão. E pediremos por mais, certamente. E nos consumiremos em fogo e fúria, acabando em cinza ou pó. E continuaremos pelos túneis em que o tempo desliza, em que as vidas passam.
Realmente é muito difícil deixar de lado certos hábitos, esquecer alguns nomes, perfumes, gestos, perdas. Mas há que se ter força, fibra, garra. Há que se encontrar dentro de si aquilo que parecia ter sido perdido nos anos que deixamos para trás. Reencontrar. Desejar. É necessário vontade, redescobrir dentro de si a criança risonha, forte, selvagem, inocente. Há que se redescobrir o amor.
Ficam pelos caminhos, nos desfalcando em vazios de ecos de erros passados, e erros que ainda estão por vir, e que fatalmente virão. E pediremos por mais, certamente. E nos consumiremos em fogo e fúria, acabando em cinza ou pó. E continuaremos pelos túneis em que o tempo desliza, em que as vidas passam.
Realmente é muito difícil deixar de lado certos hábitos, esquecer alguns nomes, perfumes, gestos, perdas. Mas há que se ter força, fibra, garra. Há que se encontrar dentro de si aquilo que parecia ter sido perdido nos anos que deixamos para trás. Reencontrar. Desejar. É necessário vontade, redescobrir dentro de si a criança risonha, forte, selvagem, inocente. Há que se redescobrir o amor.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
O ouro do tolo
Muitos se escondem da felicidade, escolhendo cuidadosamente suas desculpas. Pode ser a falta de tempo, a dedicação ao lado profissional, um trauma, a vida maluca de uma cidade que não fecha os olhos.
Muitos fogem das alegrias e das boas gargalhadas, seguindo sozinhos para casa a fim de contar quantos estalos vão dar os móveis depois da mudança de temperatura. Muitos perdem as oportunidades, por simplesmente terem muita coisa na cabeça.
Mais e mais pessoas soam como robôs programados com gírias e penteados, sapatos e atitudes. Poucos se destacam na multidão que toma as ruas diariamente, no vai e vem sem fim. Mas ao invés de atrair, estes que se destacam acabam sendo isolados.
Mais e mais tempo se perde na busca por uma perfeição que neste mundo não vai existir. As coisas simples tornaram-se entediantes e os grandes feitos é que interessam. Grandes para a maioria, já que a minoria interessante só vê falta de bom senso.
O amor necessita esforço em grandes doses de pequenos gestos, pequenas coisas tão simples, que acabam parecendo complicadas e trabalhosas. Mas o amor dá trabalho mesmo, pois os grandes feitos, os verdadeiros, exigem grande dedicação.
O amor pode causar dor em seu percurso, despertando outros sentimentos que preferimos não encarar. Mas, como toda grande obra, traz ao final redenção e paz de espírito inigualáveis. Mas parece muito mais fácil viver as pobres paixões...
Muitos fogem das alegrias e das boas gargalhadas, seguindo sozinhos para casa a fim de contar quantos estalos vão dar os móveis depois da mudança de temperatura. Muitos perdem as oportunidades, por simplesmente terem muita coisa na cabeça.
Mais e mais pessoas soam como robôs programados com gírias e penteados, sapatos e atitudes. Poucos se destacam na multidão que toma as ruas diariamente, no vai e vem sem fim. Mas ao invés de atrair, estes que se destacam acabam sendo isolados.
Mais e mais tempo se perde na busca por uma perfeição que neste mundo não vai existir. As coisas simples tornaram-se entediantes e os grandes feitos é que interessam. Grandes para a maioria, já que a minoria interessante só vê falta de bom senso.
O amor necessita esforço em grandes doses de pequenos gestos, pequenas coisas tão simples, que acabam parecendo complicadas e trabalhosas. Mas o amor dá trabalho mesmo, pois os grandes feitos, os verdadeiros, exigem grande dedicação.
O amor pode causar dor em seu percurso, despertando outros sentimentos que preferimos não encarar. Mas, como toda grande obra, traz ao final redenção e paz de espírito inigualáveis. Mas parece muito mais fácil viver as pobres paixões...
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Trinta e poucos
Às vezes parece que o conteúdo se esvai, e o vazio é o que preenche. O sol cede seu lugar ao manto escuro das noites caladas. Nenhum som se espalha entre as colinas da incerteza, abafado o tempo todo pelas árvores das dúvidas. Os pássaros já não cantam, e as águas silenciam.
Às vezes parece um exagero o que sentimos. Mas pode ser que não seja nada disso. Acontece quando algo sai errado, fora do planejado, e ficamos sem saber por que é que insistimos em fazer planos. Afinal de contas, no final das contas, os planos nunca são só nossos.
E quando faltam as palavras, pode ser que tentemos com soluços. Respirações entrecortadas, olhares trêmulos, uma quase desesperada luta para encontrar um final feliz. Todos nós queremos um final feliz, mesmo que pareça muito distante. Mas, distantes, fazemos pouco para chegar lá.
Mas chega um momento, e a idade chega. Bate de frente, surpreende, se manifesta. De repente a velocidade das coisas muda, os sentidos tornam-se mais claros, as entrelinhas ficam mais visíveis, apesar da miopia, e da hipermetropia. Então as paixões se calam, o fogo se esvai, muito aos poucos. Os pensamentos se tornam mais claros.
E então vemos que não é nada disso. Era para ser tudo muito mais simples. Mas a juventude gosta de ser complicada. Ainda bem que o tempo passa.
Às vezes parece um exagero o que sentimos. Mas pode ser que não seja nada disso. Acontece quando algo sai errado, fora do planejado, e ficamos sem saber por que é que insistimos em fazer planos. Afinal de contas, no final das contas, os planos nunca são só nossos.
E quando faltam as palavras, pode ser que tentemos com soluços. Respirações entrecortadas, olhares trêmulos, uma quase desesperada luta para encontrar um final feliz. Todos nós queremos um final feliz, mesmo que pareça muito distante. Mas, distantes, fazemos pouco para chegar lá.
Mas chega um momento, e a idade chega. Bate de frente, surpreende, se manifesta. De repente a velocidade das coisas muda, os sentidos tornam-se mais claros, as entrelinhas ficam mais visíveis, apesar da miopia, e da hipermetropia. Então as paixões se calam, o fogo se esvai, muito aos poucos. Os pensamentos se tornam mais claros.
E então vemos que não é nada disso. Era para ser tudo muito mais simples. Mas a juventude gosta de ser complicada. Ainda bem que o tempo passa.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
Num ano...
Janeiro, estou maneiro. Fevereiro, ainda inteiro. Março, eu disfarço. Abril, por um fio. Maio, aniversário. Junho, um rascunho.
Julho, me embrulho. Agosto, sou um tosco. Setembro, não me lembro. Outubro, já não me cubro. Novembro, vai chovendo.
Dezembro, vou vivendo...
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