segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Vinte anos...

É muito, muito difícil deixar para trás velhos hábitos, hábitos quase tão velhos quanto nós. Hábitos que nem nos lembramos mais quando foi que começamos a cultivar. É como se pedaços de nós se espalhassem pelos caminhos que percorremos, insistindo em permanecer vivos como partes de nós, mas separados, arrancados à força.

Ficam pelos caminhos, nos desfalcando em vazios de ecos de erros passados, e erros que ainda estão por vir, e que fatalmente virão. E pediremos por mais, certamente. E nos consumiremos em fogo e fúria, acabando em cinza ou pó. E continuaremos pelos túneis em que o tempo desliza, em que as vidas passam.

Realmente é muito difícil deixar de lado certos hábitos, esquecer alguns nomes, perfumes, gestos, perdas. Mas há que se ter força, fibra, garra. Há que se encontrar dentro de si aquilo que parecia ter sido perdido nos anos que deixamos para trás. Reencontrar. Desejar. É necessário vontade, redescobrir dentro de si a criança risonha, forte, selvagem, inocente. Há que se redescobrir o amor.

Nenhum comentário:

Postar um comentário