Depois de uma longa caminhada, com murais de fotos e filmes, e cores e cinzas, e curvas e retas, depois de dias e noites, apagadas, insones, depois de tudo e de todos, fica esse gosto estranho na boca. Um gosto de não sei o quê que, seja lá o que for, já se foi. Um gosto de já se foi, quando seria melhor se continuasse sendo, sei lá, do mesmo jeito que tinha sido. Depois de tudo isso que vimos pelo caminho, o que sobra para nós são, tão somente, as coisas que podemos carregar com as forças e fraquezas que nos restam.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Dançando com facas
O fio da lâmina fria é a pista onde dançamos nossa música sem som, sem noção do perigo que mora em cada tropeço, em cada começo, em cada recaída. Trocamos os pés pelas mãos, e fica tudo ao avesso, avessos que somos aos rumos que damos às nossas danças.
Pffff
Ao invés de gritar, pense. Pense muito bem no bem e no mal que suas palavras diriam. Nem todo silêncio é derrota. Resignação não é desistência. Coloque, acima de tudo, a inteligência que vem do seu coração. Porque na cabeça, temos apenas o cérebro.
sábado, 11 de junho de 2011
Os grandes e os pequenos tiranos
Achamos nosso dever destituir do poder todos os tiranos. Mas não nos preocupamos com os tiramos que ainda somos.
Cemitério da saudade
É lá que jazem os restos mortais de tudo que jamais morreria pela ferrugem do desuso.
Valor
Eu gostaria de saber o valor de tudo o que não dizemos uns aos outros, tudo o que escondemos, tudo o que somos incapazes de perdoar dentro de nossas intimidades. Deve ser muito valioso o tesouro da vergonha que carregamos. E quem não carrega uma vergonha, por menor que seja, que atire a primeira pedra.
terça-feira, 7 de junho de 2011
Dos sopros
Nas horas de aflição nos vemos rogando à tudo que nos é sagrado uma luz, uma saída, um sinal, uma solução. De preferência algo que nos beneficie muito. Mas muito do que pedimos pouco merecemos. Porque tudo depende da conduta, do caráter. Tudo depende de coisas tão simples, que simplesmente deixamos passar despercebidas.
Nas horas de sufoco nos imaginamos vítimas de inimigos ocultos, que tramam contra nós planos mirabolantes. E pensamos ser sempre pegos desprevenidos nessas teias complexas, sem nos darmos conta de que os inimigos ocultam-se dentro de nós mesmos, e que somos pegos desprevenidos porque simplesmente não nos vigiamos.
Nas horas em que mais precisamos, podemos nos encontrar à deriva em mares desconhecidos, sem bussola, sem estrela, sem vela. Abusamos de nossa auto confiança quando nos livramos desses elementos, tão essenciais, somente para livrarmos peso, para ganharmos velocidade. Então, em meio à tempestade, tudo isso nos faz falta.
Com apenas um fio de esperança, nos prendemos ao que pouco aprendemos sobre dar e receber, fazer e merecer. Mal encontramos apoio para nossos passos trôpegos, mal conseguimos enxergar a solução, ou a saída. E mal podemos acreditar que, no momento em que estamos prontos para entregar os pontos, alguém nos ampara.
Nas horas de sufoco nos imaginamos vítimas de inimigos ocultos, que tramam contra nós planos mirabolantes. E pensamos ser sempre pegos desprevenidos nessas teias complexas, sem nos darmos conta de que os inimigos ocultam-se dentro de nós mesmos, e que somos pegos desprevenidos porque simplesmente não nos vigiamos.
Nas horas em que mais precisamos, podemos nos encontrar à deriva em mares desconhecidos, sem bussola, sem estrela, sem vela. Abusamos de nossa auto confiança quando nos livramos desses elementos, tão essenciais, somente para livrarmos peso, para ganharmos velocidade. Então, em meio à tempestade, tudo isso nos faz falta.
Com apenas um fio de esperança, nos prendemos ao que pouco aprendemos sobre dar e receber, fazer e merecer. Mal encontramos apoio para nossos passos trôpegos, mal conseguimos enxergar a solução, ou a saída. E mal podemos acreditar que, no momento em que estamos prontos para entregar os pontos, alguém nos ampara.
domingo, 5 de junho de 2011
quinta-feira, 2 de junho de 2011
Respiro
Se tudo parece perdido, se nenhuma direção parece ser a correta, se as portas parecem fechadas, se as forças parecem esgotadas, talvez seja hora de deixar tudo pra lá. Talvez seja hora de deixar que as coisas aconteçam por si próprias. Nem sempre vale a pena forçar uma coisa ou outra, porque quando algo é forçado, geralmente se quebra. E, uma vez quebrado, se desfaz. E uma vez desfeito...
Pode ser que quando as situações se apresentam insolúveis, intratáveis, amargas, a vida esteja apenas pedindo um minuto de atenção, pode ser que a mente esteja suplicando por algum tempo de reflexão, pode ser que alguém esteja querendo lhe dizer algo, lhe mostrar algo ou, simplesmente, ajudar. Olhos turvos não enxergam, copos cheios não comportam outra dose, mentes cheias são incapazes de pensar.
Pode ser que quando as situações se apresentam insolúveis, intratáveis, amargas, a vida esteja apenas pedindo um minuto de atenção, pode ser que a mente esteja suplicando por algum tempo de reflexão, pode ser que alguém esteja querendo lhe dizer algo, lhe mostrar algo ou, simplesmente, ajudar. Olhos turvos não enxergam, copos cheios não comportam outra dose, mentes cheias são incapazes de pensar.
Antes de qualquer coisa...
Antes de me crucificar, pense em todas as coisas que você fez e que lhe pesam na consciência, se você tiver consciência. Antes de me pedir coisas absurdas, pense em quantos absurdos você se meteu e deles saiu só. Antes de partir, pense em quanto você já deixou para trás e quanto você espera encontrar adiante.
Antes de dizer que a culpa é minha, pare em frente ao espelho e pergunte ao reflexo quantas vezes você já fez isso. Antes de se condenar, tente descobrir quem está sentado na cadeira do réu, quem está na cadeira do juiz, e quem faz parte do corpo de jurados. E tente descobrir sobre o quê fizeram seus juramentos.
Antes de qualquer coisa, pense em todas as coisas, pense em todos os momentos, pense em tudo o que você sonha, deseja, almeja. Pense em todas as pessoas que lhe cercam, e a importância de cada uma delas em sua vida. E pense, com muita seriedade, sobre como você poderá estar, ou se sentir, depois de tudo.
Antes de dizer que a culpa é minha, pare em frente ao espelho e pergunte ao reflexo quantas vezes você já fez isso. Antes de se condenar, tente descobrir quem está sentado na cadeira do réu, quem está na cadeira do juiz, e quem faz parte do corpo de jurados. E tente descobrir sobre o quê fizeram seus juramentos.
Antes de qualquer coisa, pense em todas as coisas, pense em todos os momentos, pense em tudo o que você sonha, deseja, almeja. Pense em todas as pessoas que lhe cercam, e a importância de cada uma delas em sua vida. E pense, com muita seriedade, sobre como você poderá estar, ou se sentir, depois de tudo.
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