segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Filiação poética

As ruas, vielas, encruzilhadas. Estradas, caminhos. Passos esquecidos, distantes no tempo. Foto apagada, folhas ao vento. Céu de outono, inverno adentro. Primavera e verão, verão os efeitos dos verões que se foram, guardados no peito. E no peito sussurram corações sedentos de paixões e ensinamentos sobre o que se foi, o que está sendo, e o que será de tudo que existe neste mundo imperfeito.

As pedras, pedrinhas, rochas, montanhas que rasgam os horizontes. Com cumes agudos, gastos, distantes. As velhas fronteiras de antes, demarcadas por sonhos e chances, tentativas e erros, acertos, levantes. A bagagem que enverga as costas do viajante. Noites veladas pelas estrelas e luas, crescentes, cheias, minguantes. Um minuto se passa, então outro, e mais um. O tempo é nosso amigo em comum.

E pelas frases escritas em paredes, papiros, folhas. Rolos de filme, garrafas e rolhas, a jornada será longa. Cheia de encontros, pontualidades e atrasos. Marolas e ondas. A areia da praia nos separa de vidas diferentes, de formas diferentes, ao sabor das brisas, dunas brancas e lisas. Indo e vindo ao sabor do acaso, da agulha da bussola, da vela estendida. E depois dessa lida, outra vida.

Nenhum comentário:

Postar um comentário