segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Rosas e anjos

Nem pediu licença e foi chegando, devagar mas sempre em frente, frente a frente com o que se pensava antes: que isso jamais aconteceria outra vez. Foi chegando e se acomodou, tirou as roupas da mala e fez de outra sua própria casa. Chegou com cheiro de viagem, poeira de uma estrada por onde ninguém mais passava. Chegou ao destino raro, cuja existência vinha sendo, há tempos, ignorada.

Chegou e pôs a mesa, abriu os armários, achou o que precisava. Acendeu o fogo, preparou o que queria, fartou-se da ausência que empoeirava os dias e tomou seu lugar, com solidez e autoridade. Espantou os fantasmas, pôs pra correr os demônios, insinuou seus desejos, obteve suas respostas. Mostrou sua parte da verdade, esticou as pernas e se instalou no lugar que, até então, estava vago.

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