O esforço é grande para manter afastadas as paredes que se fecham, e o teto que desce, assim como o chão que sobe, a janela que sela, a porta que bate. Mesmo que nada se mova, tudo comprime o ar, que comprime o peito, que arfa com dificuldade, procurando o grito alto que faça soar o alarme, que faça rolar a lágrima, que afrouxe os nós.
O peso é grande, e curva as costas, aperta as costelas, e dobra as pernas. Cega os olhos, movendo as saídas de um lado para o outro, para que não sejam vistas, ou alcançadas. O cansaço da imobilidade apunhala a alma com mais força do que o desgaste da ação, alimentando os vícios do desânimo, desanimando as horas, que começam a se arrastar, sem graça.
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