O mestre vem e ensina, deslizando seu giz suavemente sobre a lousa, em palavras, desenhos e cálculos, tão exato e tão humano. E tão biológico. Cheio de sabedoria sobre as certezas das quais duvidamos, quando escolhemos nossos atalhos tolos, nossos caprichos vazios, nossas escolhas infantis.
O mestre fala e explica, com palavras poucas, a verdadeira natureza das coisas: as falsas verdades que inventamos nos sonhos em que rolamos soltos, pensando que a coisa certa está sendo feita, quando na verdade, a verdade é outra. É redondamente o contrário do que pensamos que sabemos.
O mestre demonstra e corrige, com exemplos levíssimos, a conduta tão sublimada de enganos que somente um sol de deserto inclemente é capaz de produzir. Os desertos que temos por dentro, enganam tanto o guia quanto os viajantes, matando todos de sede, mesmo com o oásis adiante.
O mestre aconselha e encaminha, para que os erros não aconteçam de novo. Mas sabe que o erro acontece, e é quase inevitável, porque os alunos esquecem de tudo quando é chegado o momento da prova. Safam-se apenas os que erram de menos. Esses são os que não só estudaram, mas aprenderam a lição.
O mestre da escola é o Tempo, e sua matéria é a História.
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